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terça-feira, 21 de abril de 2009

Vitaminas-elixir da juventude.

VITAMINAS

Elixir da juventude!

Segundo um trabalho publicado no exemplar de 7/maio/1997 do Journal of the American Medical Association, o consumo de suplementos diários de 200 mg de vitamina E pode prolongar a vida humana. Grupos de homens e mulheres com mais de 65 anos foram submetidos ao teste. Os que tomaram o suplemento vitamínico mostraram melhoras significativas em seus sistemas imunológicos. De fato, o consumo de vitamina E parece ser capaz de ativar o sistema imunológico. Outro artigo (Meydani et al., July.1997, Journal of Infectious Diseases) também mostrou que ratos idosos que tomaram vitamina E eram mais aptos a desenvolver respostas imunológicas a antígenos.

Com excessão da vitamina C (ácido ascórbico) todas as outras vitaminas hidrossolúveis tem atividade catalítica, isto é, atuam como coenzimas. Elas se ligam a proteínas, ativando sítios enzimáticos desta, capazes de catalisar reações de transferência de energia ou metabólicas. As vitaminas lipossolúveis, entretanto, atuam de maneira diferente, ainda não bem esclarescida. Sabe-se que algumas delas controlam a síntese, a nível genético, de algumas enzimas. Sua distribuição, no organismo, tende a ser altamente seletiva, sendo presentes em somentes certos tecidos específicos.

As vitaminas hidrossolúveis são inativas na forma livre; algumas mudanças estruturais ou interações com outras moléculas, no organismo, é que geram a sua forma ativa, a coenzima. Após a formação de uma coenzima ativa, esta se combina com uma proteína (apoenzima) para ativar, então, a atividade catalítica da apoenzima; a partir deste momento, as reações catalisadas por esta enzima podem ocorrer na célula. As antivitaminas podem atuar neste processo de várias maneiras, tal como impedindo a formação da coenzima, competindo com a esta pelo sítio receptor na apoenzima, competindo com os compostos cujas reações são catalisadas pela enzima ou, ainda, inativando uma coenzima já formada.

Embora a vitamina C participe de algumas reações enzimáticas, ainda não foi provado que o ácido ascórbico seja uma coenzima. Suas propriedades provavelmente devem ao seu caráter redutor, isto é, ele facilmente perde elétrons para outras moléculas. Os humanos requeres a vitamina C para a formação do colágeno, um tecido conectivo, que mantém juntos os tecidos da pele, músculos, vasos sanguíneos, e outros. Como as gengivas são ricas em vasos sanguíneos, e ficam sujeitas ao atrito durante a escovação, o sangramento das gengivas é um dos primeiros sintomas da hipovitaminose C. Hoje esta é uma doença rara, uma vez que muitos dos alimentos contém vitamina C, que é utilizada como antioxidante. Embora seja popular o uso desta vitamina contra gripe e resfriados, não existe nenhuma prova científica que justifique este emprego da vitamina C. Ao menos, mal não faz: como o ácido ascórbico é muito solúvel em água, insolúvel em gorduras e rapidamente reativo, não ocorre acumulação tóxica de vitamina C em nosso organismo, felizmente, mesmo com o abuso de seu consumo.


*=humano, adulto, com menos de 90 kg

Várias vitaminas distintas, tanto biologica como estruturalmente, pertencem ao grupo chamado de vitamina B. Em comum, todas são substâncias que ocorrem em quantidades mínimas em uma grande variedade de alimentos, e apresentam solubilidade significativa em água. As mais importantes são a tiamina (B1), riboflavina (B2), ácido pantonênico (B3), niacina (B4), piridoxina (B6) e a cobalamina (B12). A vitamina B12 ocorre somente em alimentos de origem animal; a vitamina B3, assim como as demais, ocorrem em praticamente todos os alimentos.

As coenzimas da vitamina B atuam em sistemas enzimáticos de transferência de certos grupos entre moléculas; como resultado, proteínas, lipídeos ou carbo-hidratos são formados especificamente, para produzir tecidos ou armazenar energia. A coenzima do ácido pantotênico (coenzima A) atua no ciclo de Krebs, ou ciclo do ácido cítrico, que interconecta o metabolismo de gorduras, carbo-hidratos e proteínas. Esta coenzima é, portanto, um importante regulador no metabolismo destas substâncias. A tiamina (B1) e a piridoxina (B6) também atuam no ciclo de Krebs, controlando a conversão de proteínas e carbo-hidratos em metabólitos energéticos. A coenzima do ácido nicotínico (NAD+) facilita a transferência de prótons ou elétrons entre moléculas, que ocorrem, por exemplo, na síntese do ATP, e também no ciclo de Krebs.

Como vimos, a falta de uma vitamina provoca uma doença específica, conhecida como hipovitaminose. A seriedade da hipovitaminose depende da vitamina ausente. A deficiência de vitamina A, por exemplo, pode provocar cegueira noturna. Em alguns casos, basta a reposição da vitamina na dieta para curar o mal. Entretanto, os danos provocados podem ser irreversíveis, principalmente quando atingem tecidos não regenerativos, como a córnea, os ossos, os nervos, etc.. A deficiência de vitamina pode ser primária, no caso onde o cunsumo na dieta está abaixo do mínimo requerido, ou secundária, quando uma doença pré-existente, ou uma situação de stress, provocam uma mal absorção das vitaminas presentes na dieta. Isto ocorre, normalmente, em pessoas com alcoolismo crônico e durante a lactação.

A mania da Vitamina

Há algumas décadas, surgiram nas farmácias os suplementos vitamínicos: preparados farmacêuticos que contém uma ou mais vitaminas sintéticas. O uso, inicialmente, era indicado para pessoas com problemas na absorção de vitaminas ou pacientes com hipovitaminose. Inserido em uma sociedade consumista, entretanto, o uso de suplementos de vitaminas passou a ser uma febre na população. Hoje, encontram-se frascos com as mais variadas vitaminas em shoppings ou supermercados. Consumidores compram e consomem sem nenhuma prescrição ou orientação médica. E, um mal antes inexistente, as hipervitaminoses já se tornaram comuns.

Algo interessante, sobre as vitaminas, é a ponderação sobre a origem evolutiva da necessidade de consumo destas substâncias, no homem. Como já vimos no QMCWEB, a evolução da vida primitiva levou a organismos elaborados, capazes de sintetizar moléculas por caminhos complexos, catalisados por enzimas. No início, o ambiente podia suprir todas os compostos necessários (incluindo as coenzimas), assim como certas espécies tinham a habilidade de sintetizar estas vitaminas. Esta habilidade, entretanto, foi sendo gradualmente perdida na medida em que os organismos evoluiram para espécies superiores. As plantas, por exemplo, não necessitam do consumo de nenhuma vitamina, e são capazes de sintetizar várias delas. Os insetos necessitam de algumas vitaminas na sua dieta: niacina, B1, B2 e B6 e C. Todos os vertebrados, incluindo o homem, precisam, além destas, as vitaminas A, C e K.

As vitaminas, hoje, estão presentes na mídia, nas farmácias e supermercados. São vários os produtos (como bolachas, leite, cereais) que recebem, pelo fabricante, acréscimos de vitaminas sintéticas. Os suplementos vitamínicos, muitos cotendo quantidades muito superiores às RDA das vitaminas, são encontrados em farmácias ou supermercados. Pela internet, se é possível adquirir frascos de qualquer uma das vitaminas. Entretanto, na teoria evolutiva, aprendemos a depender apenas de quantidades mínimas destas substâncias; alguns cientistas sustentam que estamos, com esta super-exposição às vitaminas, adestrando o nosso organismo a consumir e depender de grandes quantidades. A melhor forma de se manter "vitaminado", portanto, é ainda o bom e velho modo: com uma alimentação nutritiva, variada e, o melhor, saborosa!

Fonte: www.qmc.ufsc.br